Gene que explicaria letalidade da gripe espanhola torna vírus do resfriado comum mais perigoso
Por: Isabel Levy Publicado em 09/11/2004 | Atualizado em 20/10/2009
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Os resultados foram divulgados na edição de 7 de outubro da Nature e irão ajudar a entender como o vírus se espalhou de forma tão rápida e eficiente.
Os pesquisadores adicionaram o gene HA a uma forma branda do vírus e analisaram as transformações decorrentes. Em laboratório, ratos foram infectados pelo novo vírus e manifestaram os mesmos sintomas encontrados em humanos contaminados pela gripe. Apesar da doença dificilmente se manifestar nesses roedores, eles tiveram o pulmão totalmente infectado e apresentaram graves reações inflamatórias e fortes hemorragias.
A pesquisa também reforçou a hipótese de o vírus de 1918 ter tido sua origem em aves e, por sua propriedade mutagênica, ter rapidamente se adaptado aos humanos. Os vírus que atacam aves têm receptores específicos em sua superfície que reconhecem as células a serem invadidas - por isso, raramente infectam células humanas. Os cientistas constataram que vírus de aves que receberam o gene HA invadiam com facilidade células humanas.
A pesquisa constatou, ainda, que grande parte da população mundial estaria vulnerável a uma eventual manifestação do vírus da gripe modificado pelo gene HA. A análise de amostras de sangue de japoneses com idade entre 2 e 102 anos constatou que somente os sobreviventes da pandemia de 1918 - hoje idosos - possuem anticorpos naturais contra o vírus e resistiriam, por isso, a um outro surto.
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