Minha mais nova hospede

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

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Esses dias enquanto estava de bobeira em casa percebi a presença de uma visitante um tanto quanto assustadora, uma aranha, mas como não tenho o costume de me apavorar e sair matando deixei minha hospede no canto dela e fui pesquisar. Entrei em contato com o Butantã e fui informada por eles que minha amiga é uma Nephilengys cruentata ou aranha gigante ou de teia e que seu venneno não era perigoso para humanos. Decidi por mais pesquisa e olha o que descobri....

                                                                 Olha a minha amiga ai
Aranhas Nephilengys cruentata são animais muito bem estudados e conhecidos, de fato, muito já se sabe sobre os Nephilidae. Estes animais são territorialistas, e conflitos entre fêmeas são vistos frequentemente. Aranhas Nephilengys foram introduzidas n Brasil, são espécies exóticas que foram trazidas da África a muitos anos atrás. No Brasil também há Nephilas endêmicas. É comum ver aranhas desta espécie utilizando teias preparadas por rivais após sua morte, possivelmente uma estratégia evolutiva que visa a economia energética. Essas aranhas constroem refúgios possivelmente como estratégia de defesa contra vespas como Pompilidae e Sphecidae que atacam aranhas de teia orbicular. Essas aranhas constroem suas teias geralmente próximas a lâmpadas. Estudos mostraram que conflitos por essas regiões são constantes. Uma vez que a luz artificial é acesa os insetos tendem a voar até elas, com a teia próxima a essas lâmpadas as aranhas tem insetos constantemente. De fato, aranhas que vivem próximas a essas luminárias capturam 20% a mais de presas do que em áreas longe de lâmpadas.
O dimorfismo sexual nesta espécie é extremo. Durante muito tempo especulou-se como tal dimorfismo pode ser mantido dentro dessa espécie, como ele surgiu e se seria um caso de nanismo de machos ou gigantismo de fêmeas.
Estudos filogenéticos mostram que o dimorfismo sexual de Nephilideos é devido ao gigantismo de fêmeas, lembrando a tradição renascentista italiana de que as mulheres mais belas eram as obesas.
Durante a construção de teias, as aranhas utilizam um fio espiral não adesivo para seguir de referencia quando for colocar o fio adesivo. Normalmente, ocorre uma substituição desse fio não adesivo pelo adesivo durante a construção da teia. No ancestral dos Nephilideos ocorreu uma sinapomorfia comportamental (caracteres que, surgiram ao longo da evoluçao e mantém-se em diversos grupos taxonômicos distintos) onde o animal coloca o fio adesivo sobre o fio não adesivo. Aparentemente pode não ser muito clara a vantagem de tal evento, mas a sobreposição de fios adesivos sobre fios não adesivos reforça a teia e permite que ela tenha um melhor desempenho na captura de presas. Uma teia adesiva permite a aranha capturar presas pequenas, entretanto, teia adesiva somada a teia não adesiva permite que o animal capture animais de maior porte, pois esse “reforço” na nova estrutura orbicular pode ser capaz de quebrar a energia cinética de animais de maior porte.
Um segundo evento evolutivo ocorre no ancestral dos gêneros Nephila, Nephilengys e Herennia. Durante a construção da teia o ancestral desses animais passou a ligar os fios radiais da teia em dois pontos do fio de sustentação de quadro. Esse reforço permitiu que animais de maior porte fossem pegos por essas teias e consequentemente a oferta de presas de grande porte aumentou, e permitiu que fêmeas com maior disponibilidade de alimento aumentassem sua biomassa no decorrer dos milhares de anos, favorecendo também a quantidade de ovos por postura e o duelo por territórios (isso porque aranhas que são 30% maiores que sua adversária ganham conflitos com maior freqüência). Este resultado pode ser visto através da média de tamanho de machos e fêmeas descrita na frente de cada indivíduos da filogenia da figura. Isso mostra que na realidade os ancestrais dos indivíduos Nephilidae eram aproximadamente do mesmo tamanho que os machos atuais.
Nephilengys cruentata ainda tem a capacidade de construir um perfil a respeito de suas adversárias a partir do toque na teia. O espaçamento entre os fios espirais, composição do fio de teia, a malha e o diâmetro de cada o fio da teia da aranha residente é interpretado pela aranha invasora e permite montar uma representação de seu tamanho. Permitindo assim saber se vale a pena entrar em tal conflito, e qual a sua probabilidade de vitoria. Nephilengys cruentata constroem um fio de barreira que auxilia na defesa contra eventuais predadores. Uma mudança no comportamento de construção de teia unindo 1 fio radial a mais no fio de quadro da teia que possibilita neutralizar a energia cinética de presas de maior massa.
Essa oferta de biomassa maior durante a evolução dessas aranhas permitiu que fêmeas pudesse ganhar massa ao longo do tempo demonstrando o gigantismo da fêmea em relação ao macho e não um nanismo do macho em relação a fêmea.
Esqueci, esta informação foi tirada do blog Ciência Blogada
 

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