Mordida moderna

segunda-feira, 4 de abril de 2011

25/3/2011

 






Agência FAPESP – O Tiarajudens eccentricus foi um dos primeiros animais a ter uma boca na qual os dentes de cima se encaixam com os debaixo, possibilitando mastigar vegetais duros. A espécie, que acaba de ser descrita, viveu há cerca de 260 milhões de anos no atual Rio Grande do Sul.
O extinto animal, do tamanho de um cão atual de grande porte, também tinha dentes-de-sabre, com cerca de 12 centímetros de comprimeiro nos adultos.
A descrição do Tiarajudens eccentricus foi feita por Juan Carlos Cisneros, do Centro de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Piauí, e colegas do Brasil e da África do Sul na edição desta sexta-feira (25/3) da revista Science. Cisneros, nascido em El Salvador, descobriu o fóssil quando fazia pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
A inusitada boca da espécie agora descrita amplia o conhecimento a respeito da diversidade de um grupo de animais herbívoros conhecidos como anomodontos, parte do grupo dos terapsídeos, répteis mamaliformes que são ancestrais dos mamíferos.
A descoberta do Tiarajudens também oferece a mais antiga evidência de oclusão dentária – em que os dentes de cima e de baixo se encaixam para um mastigar eficiente – em terapsídeos.
A oclusão dentária pode ter ajudado a espécie e outros anomodontos a consumir plantas com muita quantidade de fibras, ajudando na expansão para novos nichos ecológicos.
Mas por que um herbívoro precisaria de dentes-de-sabre? Segundo Cisneros e colegas, o Tiarajudens pode ter usado as presas para lidar com competidores e assustar predadores.

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